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Sema e Fepam promovem capacitação sobre os Termos de Cooperação da Mata Atlântica

Encontro reúne gestores municipais para debater gestão ambiental descentralizada, licenciamento e fiscalização no bioma

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Encontro reuniu gestores municipais para uma capacitação sobre os termos de cooperação da Mata Atlântida
Encontro reuniu gestores municipais para uma capacitação sobre os termos de cooperação da Mata Atlântida - Foto: Tamires Tuliszewski - Ascom Sema

A Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) e a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), em parceria com a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), promoveram nesta quarta-feira (12/11) uma capacitação voltada à formalização dos Termos de Cooperação da Mata Atlântica (TCBMA). O encontro tem como público-alvo prefeitos(as), secretários(as) municipais, diretores(as) de meio ambiente e fiscais ambientais.

A iniciativa tem como objetivo orientar os municípios sobre os procedimentos técnicos e administrativos necessários para a formalização dos Termos de Cooperação, previstos na Instrução Normativa Conjunta Sema/Fepam nº 06/2024, que regulamenta a delegação de competências para o licenciamento ambiental em áreas abrangidas pelo bioma Mata Atlântica. A capacitação é uma das etapas obrigatórias para os municípios interessados em firmar o termo com o Estado.

A secretária da Sema, Marjorie Kauffmann, destaca que a descentralização da gestão ambiental é um caminho essencial para fortalecer as políticas públicas de conservação e ampliar a capacidade técnica dos municípios. “A qualificação é fundamental para garantir que os municípios possam exercer suas competências de forma responsável, com base em critérios técnicos e legais, contribuindo para a conservação da Mata Atlântica no território gaúcho. Com o apoio do Estado, os gestores locais ganham autonomia e segurança jurídica para atuar com eficiência e responsabilidade”, afirmou.

Participaram da abertura, o secretário adjunto da Sema, Marcelo Camardelli, o diretor técnico da Fepam, Gabriel Ritter, a procuradora de Justiça do Ministério Público do Rio Grande do Sul, Ana Marchesan, e o vice-presidente da Famurs, Volmar Telles.

Encontro reuniu gestores municipais para uma capacitação sobre os termos de cooperação da Mata Atlântida
Encontro reuniu gestores municipais para uma capacitação sobre os termos de cooperação da Mata Atlântida - Foto: Tamires Tuliszewski - Ascom Sema


Durante o evento, foram abordados temas como as competências do licenciamento entre Estado e municípios, com base na Lei Complementar nº 140/2011 e na Resolução Consema nº 372/2018, além do uso dos mapas de aplicação da Lei da Mata Atlântica e do IBGE. Também foram detalhadas as regras específicas do bioma, conforme a Lei Federal nº 11.428/2006, o Decreto nº 6.660/2008 e o Código Estadual do Meio Ambiente.

Os Termos de Cooperação da Mata Atlântica têm como finalidade delegar aos municípios a gestão florestal em seu território, permitindo que assumam o licenciamento de empreendimentos de impacto local relacionados à vegetação nativa. Para firmar o convênio, o município precisa comprovar estrutura adequada de gestão ambiental, incluindo órgão ambiental municipal com equipe técnica habilitada, fiscais concursados, conselho de meio ambiente ativo e legislação própria que regulamente o licenciamento e a fiscalização. A iniciativa busca fortalecer a governança ambiental local e descentralizar as ações de proteção e manejo da vegetação nativa no bioma.

A atuação municipal no âmbito dos Termos de Cooperação também abrange a fiscalização de atividades e empreendimentos, fortalecendo o controle ambiental descentralizado. Conforme o Departamento de Fiscalização da Fepam, os municípios conveniados passam a ser responsáveis por atender denúncias e apurar infrações relacionadas à supressão de vegetação nativa, com acompanhamento técnico e suporte do Estado. O processo de fiscalização tem sido aprimorado com o uso de imagens de satélite, drones e sistemas de detecção remota de desmatamento, ferramentas que permitem identificar áreas de desmate irregular e embargar atividades de forma mais ágil e eficiente.

“Esse modelo de cooperação representa um avanço na efetividade da política ambiental, pois aproxima a gestão das realidades locais e amplia a capacidade de resposta diante de irregularidades”, ressaltou o secretário adjunto Marcelo Camardelli.

Avanços na Legislação Ambiental

Antes da modernização promovida pelo governo Eduardo Leite, a legislação ambiental do Rio Grande do Sul apresentava desatualizações e processos morosos, que dificultavam a efetividade das políticas públicas e a segurança jurídica. Com a publicação do Novo Código Ambiental (Lei nº 15.434/2020), o Estado deu um passo decisivo rumo à atualização e à clareza normativa, garantindo maior rigor técnico, agilidade e alinhamento às diretrizes federais.

Nesse contexto de fortalecimento institucional, a publicação da Instrução Normativa Conjunta nº 06, em maio de 2024, pela Sema e Fepam, consolidou mais um avanço ao estabelecer critérios e procedimentos para a celebração de termos de cooperação com municípios, descentralizando a gestão da flora nativa no Bioma Mata Atlântica e ampliando a capacidade local de atuação ambiental.

Texto: Tamires Tuliszewski – Ascom Sema

FEPAM - Fundação Estadual de Proteção Ambiental